Sou mais Manoel Carlos. Do que Glória Perez
A minha vontade oscila entre o que eu quero e ainda posso ter e aquilo que eu quero mais e nunca vou alcançar.
Dizer a verdade é privilégio de quem nunca precisou mentir.
Começo a entender Camus. E preciso esquecer que eu sempre pensei como ele. Desde sempre. Não somos obrigados a viver só porque temos órgãos em pleno funcionamento.
Estamos todos fingindo a vida.
Aí o Pedro Juan diz que Tudo pode parecer absurdo. Ou não. Certas fronteiras, só pisando pessoalmente. Quando se tenta repartir com outro, deixam de existir.
Acho que sim.
Toda a maldade de volta. Sem novelas. Tudo aquilo que puder trazer o mínimo de dignidade ao lar. Por favor.
Pergunta existencial. Se uma pessoa decide escalar o Everest sabendo o risco que corre, porque eu não recebo os parabéns ao fazer escolhas de câncer generalizado?
Fodam-se.
Da mediocridade
Você repete uma frase. Repete uma palavra. Quinze vezes, vinte, cinqüenta. No fim, ela não vai mais significar nada.
O tempo, a repetição do tempo. Vou esperar pela repetição de um dicionário completo de termos que quero esquecer. Quero rir de tudo aquilo que perder o sentido. Colecionar.
De um conjunto de idéias e sensações esdrúxulas e incômodas. Tenho que aprender a me distrair.