quinta-feira, outubro 13, 2005

E.S (1890-1918) Woman undressing, 1914

Ouço Nina Simone no talo, indo para o aeroporto.
E abro as janelas do carro, para espantar as cinzas do carlton.
Everybody must get stoned, you know.
Ninguém quer saber absolutamente o que eu penso. Mas então.
Behaviorismo, acredito nisso agora. Porém. Andei lendo da psicologia existencialista.
Nowadays.
No caminho do aeroporto, com urgência, preciso perder o medo daquela coisa. Porque se der de morrer, é difícil alguém notar.
Não que isso importe, mas vá lá. Falo com letrinhas.
Queria sentir falta do que não me faria mal. Mas agora só recaídas me mantém. Sentir que caiu de novo é quase uma derrota. Mas o durante é 100% muito bom. Depois é que você vê de novo o asfalto rodando perto um dedo das bochechas é que vai pensar que é um fraco e que ninguém vai se importar.
Eu quero ainda o amigo. E chega.
Do bar, só aquelas pessoas que bebem suco e conversam baixo, bem no lugar dos fumantes. E atrapalham a visão Brasil e Venezuela. Eles tinham que atrapalhar, já que insistem naquele líquido atóxico colorido. Aposto que eles votam Não. Como diria o Flea, I´m a pacifist you can kick my ass. So fucking what? Eu insisto em justificar o voto no Rio. Mais sensata do que nunca.
Levo para mim a garrafa de vidro para poder largar e estourar com o carro em movimento. Diversão da semana. Não. Do mês.
Novas definições: solidão é não obter correspondência. Do tipo eletrônica. Apenas anúncios "enlarge" ou "all_girl_naked". Dez de dez spams.
Tell me how does it feel. Indefectível voz rouca, of course my dear.

E.S. (1890-1918)
Photography, overpainted and signed by the artist/ Fotografie, vom Autor übermalt und signiert, 1914