segunda-feira, dezembro 05, 2005

O ser da não existência infinita

Foto ausente: 1949. Albert Camus visita a Mangueira e se junta à roda de samba. No centro, Cartola. À esquerda, o filósofo, acompanhado de Oswald de Andrade.

Legenda equivocada: índia botocuda devora milho cozido com sal no sofá, em frente à TV. Pensa que é feliz e se lembra da voz que diz de um "sorriso que ilumina". Ana Clara foi para o inferno e voltou com uma boca cheia de dentes. Só pode ser piada.

Sem idéias, apenas lembranças distorcidas, vultos de lágrimas que não deixam ver. Não aprendeu matemática. Sabe até contabilizar bem os eventos, apesar de não decidir se soma, divide, multiplica ou subtrai.

Quando o simples ato de fechar as cortinas antes de dormir se transforma na imagem do mais puro desespero. Da dor infantil, psicológica sempre, vazio sem fim. A droga do cotidiano, o prosaico persegue, manda seguir em frente.

Um ano acabando, sofreguidão e ansiedade por um novo período sem tanta melancolia. Nem que seja na marra. Nem que seja à base de aiuasca, i.e., usada para se atingir o autoconhecimento a partir de mirações. Para quem sempre odiou all hippies.

No mais, não custa confiar no papel jornal:
LEÃO: Há chance de que você receba um convite de um superior, um chefe, ou pessoa que detém mais prestígio e poder do que você nos negócios. É confiável. E há a possibilidade de você ser seriamente enganado por alguém hoje. Tome suas providencias para minimizar essa tendência.