quinta-feira, março 30, 2006

Fragmentos

\Pode comprar um nariz novo. Já teve pensamentos mais organizados. Antes, há muito. Ao conhecer tudo de ruim, prefere agora nunca ter colocado os pés fora de casa, onde é tudo rosa no fim da tarde, o filtro de barro, o cachorro sensível, as estantes cuidadosamente empoeiradas e cheias de alegrias em formatos diversos, as letrinhas, o porta-retrato em cima do piano de 1957, as louças na pia depois do almoço/
\matar o mundo, porque a estética do suicídio individual sempre pareceu retrógrada, ultrapassada. Fazer o que ninguém fez antes, tentar originalidade no vasto universo de repetições. Matar o mundo, picar os pedaços e congelar. Pensa no dinheiro que não gasta nunca, por falta de vontade. E nas pessoas que não têm como comprar todas as vontades. Ao menos têm com o que sofrer. Uma falta específica, e não aquele enorme querer ser alguém e desaparecer simultaneamente/