sábado, junho 16, 2007

Meu mundo é o 206

idiota adj. e s2g.1.Que ou quem é pouco inteligente; tolo, estúpido, imbecil. 2. Que ou quem é pretencioso. idiotice sf.

Da etimologia: distrair-se, estar alheio, alhear-se.

"Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Eu não consigo"

segunda-feira, junho 11, 2007

Caelum terrae, terram caelo miscere


A dispersão ocorre com muito mais intensidade para as ondas luminosas de freqüências altas, como o azul e o violeta. Desta forma, quase toda a luz de cor azul é espalhada ao redor do céu em todas as direções. As ondas luminosas de baixas freqüências, como o vermelho e o laranja, quase não sofrem dispersão ao atravessar a atmosfera, portanto atingem em maior quantidade a superfície da Terra.

Ando uns poucos quilômetros para ver o céu azul. E isso só me faz pensar em mim mesma. Eu nunca me engano.

quarta-feira, maio 09, 2007

Por que os kamikazes usavam capacete?


Com a falência iminente (vai acontecer) das famílias, das certezas, no meio do caos eu ainda consigo ter um sorriso de canto quase ignorante. Emburreço, empalideço, não sei mais usar as palavras, nada de idiomas. A memória falha e, invariavelmente, recebo correções. Mas, sozinha, a razão me acompanha, e algo me diz que devo economizar nisso tudo, guardar para o futuro. E eu não quero, não consigo. Será assim agora. Menos articulação, mais coisas a se sentir sem pensar direito no que se sente. O mundo é Vontade. Se tudo de aborrecido que já me aconteceu me fez chegar até aqui, ah que bom.
Out of control, senseless, so good. Hoje.

terça-feira, março 13, 2007

Insônia

Ou: Blow-Up e homeopatia

Durmo e amanhece. Mas também posso estar acordada: amanhece.
Perco um brinco e amanhece. Você resolve parar de fumar, não fuma, volta a fumar, apaga na metade, faz transbordar um cinzeiro: amanhece.
Estou no Vegas bebendo e amanhece.
Posso dirigir a 120. Ficar cega, viver, morrer, e amanhece.
Eu, você, eles; amanhece.
Da minha parte são mais de nove mil dias amanhecidos.
Perde-se sempre, não há escolha, nunca haverá.
.:
I never give you my pillow,
I only send you my invitations
and in the middle of the celebrations
I break down
.:

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Desafio

Daquilo que eu sei sem procurar no google, tentar decorar ou cogitar fazer uma cirurgia plástica:
- a capital da Somália
- o dia do casamento do príncipe Charles com a princesa Diana
- a última frase do Tratactus Logico-Philosophicus
- o nome do instrumento mais utilizado em lipoaspiração
- o tempo médio de duração de traillers de cinema
- as mais variadas marcas de elevador
- o grito da torcida do Quinze de Piracicaba

E do que nunca serei capaz de saber de verdade, mesmo que tenha tentado bastante, muito mesmo:
- a divisão de contas em bar, mesmo as mais simples
- as senhas de banco e cartão de crédito, número do CPF
- o caminho mais curto de qualquer lugar, para qualquer outro
- o nome daquela banda, daquela música, daquele disco
- as regras da gramática, xadrez e pôquer
- a segunda parte de hino nacional
- o lado esquerdo e o lado direito de tudo

Viva.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Antes, o nada


Nos dias certos, nos dias exteriores da minha vida,
Nos meus dias de perfeita lucidez natural,
Sinto sem sentir que sinto,
Vejo sem saber que vejo,
E nunca o Universo é tão real como então,
Nunca o universo está (não é perto ou longe de mim,
Mas) tão sublimemente não-meu.

- A. Caeiro

sábado, fevereiro 03, 2007

Solamente una vez

Já até esqueci o que eu ia dizer, é assim. Mas eu ainda sei pensar e sei distinguir tudo o que me faz mal e agora sim eu sei o que é estar só. Estranhamente bom, eu gosto cada vez mais deste estado. Ninguém vai, ninguém entende e é melhor assim. A banda é assim, assim assado. Eu só queria, ah esquece. O estudo dos signos e isso e isso. Eu nem devia escrever antes de pensar e de dissolver o conteúdo deste líquido. E só amanhã eu saberei qual será o mais novo estrago de noites e noites assim. O conteúdo. Este líquido. "Mas". Estarei novamente aqui. Como é mesmo? O ser-da não-existência. Infinita. E nada mas. Apesar de ter aprendido a passar tudo no word, ainda fico curiosa se vai dar certo. Sou bordô - não amarelo ou laranja, apenas aquele vermelho. Repito que não devia fazer porque é bordô. De dor de estômago. Atualmente, apaixonada por letrinhas que ninguém leva a crer e dá.
E nada mas.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Insônia - recorrente

Depois da dor, o vazio. E eu não sei mais sofrer.

sábado, janeiro 27, 2007

Da série "Onde eu estava com a cabeça"

Quando comprei os livros do Hermann Hesse no sebo da Asa Norte
Quando resolvi cortar o cabelo dois dias depois do Ano Novo
Quando matei o Godard dia desses
Quando entrei pra ver aquele filme de E.T. com a Sigourney Weaver
Quando emprestei o Paulo Mendes Campos
Quando parei de estudar francês


- Para minha mãe

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Elliot Smith

É difícil explicar. Gosto mesmo é das coisinhas. Livrinhos, musiquinhas, nada de obra-prima. Pequenas criaturas, seres ínfimos ao invés da grande pessoa. Detalhes fazem perder a cabeça por dez segundos. Apenas. Como dividir coca-cola no pátio. Como perceber um sorriso escondido. Açucareiro.

Resolução única para o ano que chega: nada de lutar contra, nada de causar problemas a ninguém. O ser da não-existência infinita. Para sempre feliz-triste-eu.


"Still I send all the time/My request for relief/Down the dead power lines/Though I'm beyond belief/In the help I require/Just to exist at all/Took a long time to stand/Just an hour to fall"

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Síndrome do mau humor

Primavera

Verão

Outono






Inferno






pontofinal

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Novembro, dezembro

Na primeira aula eu já devia ter aprendido; nada se aprende na primeira aula. Sobre justificativas e explicações. Nada se aprende de nada. Quando eu digo que o amor daquele outro sobre sei lá quem é uma mentira, não quero desmerecer. Eu sei por que eu sei que nada disso existe. Vi o rosto da Nina Simone logo agora, logo agora. Quero viajar, mas o tempo e toda a distância é demais. Não devia, mas vou escrever assim por que isso não para. E eu não sei mais dizer o que sinto porque só agora eu vi o quanto envelheci, porque o ser é redondo e eu consigo me ver sendo uma pessoinha patética, sempre. Em toda sua esfera ridiculamente caprichada. E queria, não consigo escrever um hai kai, não tem sentido, nada tem sentido. Nem aquilo que é ver o seu sorriso. Enquanto não resolver esse problema do ser redondo que eu me vejo num beijo e depois dizem que eu não sou. Gosto de escrever para o nada do redondo que eu sou, das marcas no meu rosto depois que escovo os dentes me mostram a pessoa ignorante que está ali na frente do espelho de manhã. Não faz sentido porque é assim, porque eu nem você nem ninguém vai conseguir dizer sobre o tempo e o envelhecimento. Sobre como é ver o tempo que passou e não devia ter passado, não consigo olhar para frente e vivo com as minhas lembranças que não formam idéias. Tomo os passos errados e quem se importa. Não há um ser no mundo que não seja redondo e que não olhe para si. O choro é sempre egoísta, não há amor eterno que seja correspondido, já disseram isso em letrinhas e eu entenderei como quiser. Digo ainda que as coisa bonitas não devem ser ditas e as coisas felizes não devem ser escritas; tudo isso deve ser muito, mas muito bem vivido.

There's a way
Everybody say
Do each and every little thing
What good does it bring
If I ain't got you If I ain't got you
But i´m blind, i´m so blind

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Quase fiz um hai kai

Eu sinto muito.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Sobre nada


Minha cabeça agora pensa rápido. Num segundo tenho o passado, o presente e o futuro. Se ouvir o que tenho a dizer, nem precisa viver. Pareço uma novela reprisada. Preciso parar de ver. Mas o filme continua e, antes de amanhecer, sei a que horas vou dormir no dia seguinte. Ninguém vai surpreender qualquer outro que seja. Eu já sei de tudo, e é tão fácil saber.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Conclusão

O afastamento da coisa em si empobrece a investigação sobre o ser, e nos leva fatalmente ao caminho de análises superficiais sobre as quais o homem tem o poder de resumir aos limites do entendimento mais simples, o que no fim se traduz em saber sobre as coisas apenas aquilo que a racionalidade alcança. Encerra-se a potência do ser no limite de determinação que a lógica e as ciências analíticas estabelecem.

"Every paper that you read
Says tomorrow is your lucky day
Well, here's your lucky day
It really, really, really could happen
Yes, it really, really, really could happen
When the days they seem to fall through you, well just let them go"

quarta-feira, outubro 18, 2006

Ócio improdutivo

terça-feira, outubro 17, 2006

Sobre o último manifesto

E de uma só vez resolvo este impasse ao me recusar a repetir discursos impressos de uma mídia falida que apenas defende os próprios interesses de compra e venda de papel de fotos estampadas e documentos que provam apenas o que se quer provar. Não vou fazer mais um serviço por aqueles que vendem letras a analfabetos. Também não engrosso discurso de coronel que insiste em escravidão e democracia neoliberal. De uma só vez não preciso de camiseta, adesivo ou bandeira. Apenas não me sentarei em mesa de bar com vozes gravadas repetindo no automático aquilo que leio todos os dias nos malditos jornais que me sustentam. Não comprarei briga com pessoas de menos de 30 anos que defendem armas como forma de proteger uma propriedade que ainda não têm. Se alienação é odiar partidos de frente liberal e largar de vez os estudos da ciência política para investigar o Sublime, assim sou eu. Eles têm ódio no coração, meios de comunicação e a OAB. Separatistas deveriam liberar suas neuroses e se separar de vez. Ou não.

Porque a minha visão de miséria e pobreza é mais bonita e expansiva. Porque se for para corromper e roubar, que seja poético, que seja o retrato da falência de todas as certezas, inclusive aquela do povo no poder, da tomada de riquezas pelo proletariado. De verdade, o que vai mudar na sua vida sendo um ou sendo o outro?

terça-feira, outubro 10, 2006

A pedidos

Sobre o último post.

1. Zimmerman, famoso fabricante e comerciante de chapéus em Petesburgo, de cuja loja o próprio Dostoiévski era cliente. (N da E.) DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Crime e Castigo, Editora 34.

2. "Donald J. Smith e seu falecido pai Frank, ambos de Orlando, levaram o prêmio Ig Nobel de engenharia por patentear o combover - penteado utilizado por calvos para disfarçar a careca, que consiste em trançar os fios remanescentes e distribuí-los pela cabeça".

3. Há um careca adepto ao combover candidato à presidência da República. Talvez ele até ganhe. Um retrocesso. Do que decorre o próximo item.

4. "I don't believe in Zimmerman,
I don't believe in Beatles,
I just believe in me,
Yoko and me,
And that's reality.
The dream is over"
Neste caso, Robert Allen Zimmerman. O Bob Dylan. Que não é careca, que não sai das minhas mais diferentes playlists.

Preguiçoso e piegas, simples assim. Praticamente um enigma.

terça-feira, outubro 03, 2006

I don´t believe in Zimmerman

quinta-feira, setembro 14, 2006

Velho, novo. Usado

Tenho aqui comigo árvores recém-esverdeadas após um longo tempo de ares cinzentos. Minha retina também se apropria de um céu mais que azul. Sabe aquela vez que você acordou no dia errado, e depois viu que não tinha acordado de forma alguma? Depois duvidou de todas as memórias que tinha. Devia ter jogado fora. Busco uma vida naturalista, sem chances de sentimentos e dúvidas. Algo para ser feliz. E isso não tem nada a ver com o fato de alguém ter abandonado qualquer um outro.

Alto lá/Não volte aqui, não/Quem lhe fez fingir viver/Uma vida feliz?/Tá, eu sei/Meras tolices/Nos fizeram sem querer/Precisar de um juiz/Ah! essas suas/Chaves já não/Servem mais