Fragmentos
\Pode comprar um nariz novo. Já teve pensamentos mais organizados. Antes, há muito. Ao conhecer tudo de ruim, prefere agora nunca ter colocado os pés fora de casa, onde é tudo rosa no fim da tarde, o filtro de barro, o cachorro sensível, as estantes cuidadosamente empoeiradas e cheias de alegrias em formatos diversos, as letrinhas, o porta-retrato em cima do piano de 1957, as louças na pia depois do almoço/
\matar o mundo, porque a estética do suicídio individual sempre pareceu retrógrada, ultrapassada. Fazer o que ninguém fez antes, tentar originalidade no vasto universo de repetições. Matar o mundo, picar os pedaços e congelar. Pensa no dinheiro que não gasta nunca, por falta de vontade. E nas pessoas que não têm como comprar todas as vontades. Ao menos têm com o que sofrer. Uma falta específica, e não aquele enorme querer ser alguém e desaparecer simultaneamente/
Sem título
Ah, se eu aguento ouvir outro não, quem sabe um talvez ou um sim. Eu mereço enfim. É que eu já sei de cor qual o quê dos quais e poréns, dos afins. Pense bem ou não pense assim. Paquetá.
I've come undone
If you want to destroy my sweater
Pull this thread as I walk away
Oh no
It go
It gone
Bye-Bye (Bye!)
Do I
I think
I sink
and I die
Só o que eu tenho a dizer
Me livro do esmalte cor de uva
plena madrugada
Dispenso Aristóteles, não preciso mais dele
Eu sou o Pascal sem Deus, falo sem pensar em nada
Depois vou ver que é igual mesmo
Ouço uma música para pensar e lembro que sou
um ponto zero.
Sorrio de lado
plena madrugada
índia botocuda, mina fresca do inferno, funkeira de fim de semana
Absolut, crepe de espinafre.
Estou online, logo existo
Pascal de novo, real e virtual de Gilles Deleuze
pato de borracha comestível, abalável, artificial.
Quero escrever isopor.
Tento provar que a insanidade é momentânea
Pois é, não deu.
I hate them all, I hate them all
I hate myself
For hating them
So drink some more
I'll love them all
I'll drink even more
I'll hate them even more than I did before
Eterno retorno
((Perfex))
Alto poder de absorção
Facilmente descartável
No alto
O silêncio é o não que grita.
Le petit prince
"Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim", disse a raposa. "Mas, se tu me cativas, teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo. Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música".
De modo algum, pensar
Dirige o carro, é uma mulher cheia de qualidades, emprego paga bem, quer sempre saber mais, tem seus momentos de lirismo, vive sorrindo e as bochechas têm covinhas deliciosas. E nunca, nunca fará diferença.
B. Pascal
Por serem incapazes de curar a morte, a miséria, a ignorância, os homens lembram-se, para ser felizes, de não pensar nisso tudo.
Can you hear them, the helicopters
What was that you wanted
I just wanna say
Don't ever change now baby
I'd thank you
I don't think we will meet again
And you must leave now
Before the sun rises
Over the skyscrapers
And the city landscape comes into view
\matar o mundo, porque a estética do suicídio individual sempre pareceu retrógrada, ultrapassada. Fazer o que ninguém fez antes, tentar originalidade no vasto universo de repetições. Matar o mundo, picar os pedaços e congelar. Pensa no dinheiro que não gasta nunca, por falta de vontade. E nas pessoas que não têm como comprar todas as vontades. Ao menos têm com o que sofrer. Uma falta específica, e não aquele enorme querer ser alguém e desaparecer simultaneamente/
